No "Portugal Diário" sobre o "Leva-me pra casa"!!
«Leva-me pra casa» e embala-me!!
2005/04/21 17:26 Bruno Martins
ÁLBUM:É o terceiro trabalho de Lúcia Moniz.
Um disco sem grandes altos e baixos. Daqueles que se ouve com facilidade. Falta-lhe algum picante, mas Lúcia ainda deve estar embutida do espírito maternal!
«Leva-me pra casa»? E porque não? O novo álbum de Lúcia Moniz, o terceiro no seu reportório, pode proporcionar-nos belos momentos. A começar pela voz da cantora portuguesa. Lúcia tem, de facto, o dom de encantar enquanto o CD toca lá no canto. A voz de Lúcia faz um pouco lembrar aqueles bares em que só há um piano e uma mulher sensual a acompanhar a melodia largada pelas teclas. É assim que ela captura a nossa atenção.
Mas em «Leva-me pra casa» não há um piano. Ou melhor, não há só um. Há mais do que isso. Há um bom trabalho de produção e de arranjos. São dez as vezes que Lúcia nos embala.
Em todos os registos nota-se um ambiente familiar. É notória a atmosfera em que Lúcia Moniz desenhou «Leva-me para Casa». Donovan Bettencourt, «ma luv», como lhe chama Lúcia, é o responsável pela produção, em conjunto com a própria cantora. Daí todo o trabalho de "samplers" e teclas, que conseguem conferir ao terceiro álbum de Lúcia Moniz alguma sonoridade lounge, mas sobretudo electrónica.
Casos de «Chuva», «Leva-me pra casa»! Mesmo no seio da família, Lúcia conseguiu trazer convidados até esta sua casa. Para além do seu Donovan, em todas as músicas, em «Wait» a cantora pede a companhia da sua irmã, Sara Moniz. Em «Tatuada de Mar», o registo lírico pertence à mãe Maria do Amparo. «Leva-me pra casa» é um disco rectilíneo. Sem grandes altos e baixos.
Daqueles que se ouve com facilidade, com muitas melodias que nos fazem sentir bem.
Ideal para aquelas tardes mais frias, em que dá gosto estar à janela a ver a chuva a cair, enrolados num cobertor, a beber algo quente.
Falta-lhe, talvez, algum picante para se ouvir nesta altura do ano em que estamos a entrar agora. Mas não devia ser isso que Lúcia Moniz queria.
Depois de «Magnólia» e «67», Lúcia foi mãe e talvez precise mais de algumas canções para embalar a sua pequena Júlia.
Lúcia Moniz «Leva-me Pra Casa» - EMI/2005
Comentários
Só não percebi/gostei de uma coisa, o que é que este sr. quererá dizer com "falta ali aquele picante"? Refere-se a músicas assim como por exemplo a Asas na Mão cheias de ritmo? Se sim existe a Não Podes Esquecer, que tem um grande ritmo e energia. E também não percebo o que é que o "picante" tem haver com a altura do ano, até porque os cds não são para ouvir por períodos sazonais.
Os cds não se ouvem por alturas sazonais é verdade, mas que este é do género de ouvir num ambiente que o autor do artigo descreve, isso concordo!!
Sobre a vertente rock, isso é verdade mas deve-se ao facto da Lúcia Moniz ter sido mãe e (isto é só uma suposição que eu faço) como o 67 não teve o mesmo sucesso de vendas que o Magnolia, nem a mesma facilidade de arranjar espectáculos, culpou-se a tal vertente rock.
Espero que esse não tenha sido o motivo, porque aquilo que todos nós queremos é que ela faça a música conforme aquilo que quer e não aquilo que vende. Embora seja verdade que de música portuguesa, só Xutos e Pontapés é que podem fazer rock. É um estilo que praticamente não existe em Portugal, o que é estranho porque público para ele existe, só que só consome é rock estrangeiro...